11/02/2015
Essa data não é só mais uma. Claro que se você ligar a TV verá os mesmos programas, novelas e seriados da grade padrão. Porém, no meu mundo, é um dia muito especial... Que já passou - porque hoje é dia 12/02/2015... E eu deveria ter feito esse post especial na data exata, ou seja, ontem.
Agradeço ao notebook que possuo por essa terrivelmente deliciosa surpresa de reações desesperadoras e frustrantes de um jovem tentar: Estudar o conteúdo da faculdade, aprofundar a disciplina com conteúdo em sites de busca e, por fim, escrever esse post. Muito obrigado, querida Samsung... *---*
Voltando ao assunto principal de hoje, quero contar um pouco da minha história de vida que tudo tem a ver com o homem que me colocou neste mundo, e que na data de ontem completou seus 61 aninhos de vida, experiência, bondade e maturidade:
Diomar (mãe), Márcio (irmão mais velho) e Genauro (pai). |
Eu sou o caçula da família. O mais bagunceiro, o fofoqueiro que entregava os irmãos, que comia todos os doces e sempre queria ter posse do controle remoto. E o meu pai podia ter cortado esse mimo, não? Mas, ao contrário disso, ele sempre me dava carrinhos, bonecos do Dragonball Z, dos Power Rangers... Me dava dinheiro, mesmo sem eu saber o valor que aquela moeda - ou nota - tinha. A minha mãe, então, nem se fala... Só faltava me dar o mundo todo!
Com o passar dos anos, fui crescendo, me tornando um menino ainda mais rebelde. E, de uma hora para outra, comecei a ser um pouco agressivo com o meu pai: Gritava com ele, negava as suas ordens, discordava de tudo o que ele me dizia, jogava os meus irmãos um contra o outro, fazia ele e a minha mãe discutirem por birra minha...
Mas ele não me batia.
A única vez que ele precisou me dar umas chineladas foi quando eu respondi algo muito feio - não tentem isso em casa, crianças... Hoje, o chinelo não e mais
utilizado
Meus pais e Tânia (irmã mais velha) |
pelos pais... Mas a mão sim - e, merecidamente, precisei ser disciplinado da última e mais dolorosa forma possível para uma criança. É claro que naquela época eu não entendia e odiava apanhar, ou ter de ficar quieto quando fosse ordenado. Mas hoje eu consigo entender perfeitamente.
O meu pai não me deixava empinar pipas, andar de bicicleta, sair alguns metros de casa, ir para a quadra jogar futsal, ir para o campo jogar futebol... Tudo isso porque ele tinha os sentidos daqueles videntes dos filmes "Premonição", e achava que qualquer descuido meu era motivo de morte: Se cortar com a linha da pipa, ser atropelado por um carro, capotar da bicicleta, ser sequestrado, sofrer bullying dos outros garotos...
Mas na época ele mal sabia que eu: empinava pipa da laje do meu amigo Salomão, andava na bicicleta dos meus amigos escondido, fingia ir para a casa do vizinho, mas ia na casa do meu amigo à 2 km de distância, mentia para ir jogar futebol com a galera... Enfim, acho que toda criança já fez isso.
Mas hoje, não sei porque, me sinto tão arrependido de ter feito essas coisas - por mais minimalistas que tenham sido -. Porque eu, idiota, só percebi agora o quanto o meu pai cuidava de mim, se preocupava comigo, olhava pela janela eu andando na rua, acompanhando os meus passos para me proteger de qualquer maldade que o mundo podia oferecer... O meu pai, que me segurou nos braços quando nasci, e me nomeou de Valdir Luciano. O meu pai, que me instruiu a ir para a igreja louvar a Deus e me tornar uma pessoa crente. O meu pai, que às vezes aparecia na escola para me buscar, que ia na quadra ver se eu estava seguro, que às vezes sabia que eu estava empinando pipa, ou andando de bicicleta e, mesmo não concordando, me deixava celebrar aqueles momentos de felicidade... O meu pai, que sempre colocou a comida em cima da mesa e nunca deixou faltar o arroz e o feijão. O pai que acordava às 05:00 da manhã para comprar o pão nosso de cada dia. O pai que ia de Itaquaquecetuba para São Paulo. Que, às vezes, voltava limpo, sujo, mas sempre retornava à sua casa...
Esse é o meu pai. Aquele que nunca me negou Um Real. E, quando podia, dava mais dinheiro do que eu merecia, ou podia gastar. O homem que contava as mais estranhas e inimagináveis histórias, contos, lendas - e agora eu entendo porque tenho tantas idéias e histórias a contar -. Ele foi o homem que comprou o meu primeiro ALLSTAR, me deu um aeroporto enorme de brinquedo, me ensinou a subir em árvores, colher frutos...
Esse foi e esse é o meu pai. O pai dos meus irmãos, o esposo da minha mãe, o dono da minha cadelinha, e o meu pai. O melhor pai do mundo!
Pai, querido pai, hoje eu já não estou mais entre vocês. Quem iria imaginar que o caçula - estimado a ser o último a sair - foi o primeiro a deixar a casa. Estou aqui, um pouquinho longe de todos, buscando o meu lugar ao sol, os meus objetivos, os meus sonhos... A minha felicidade.
Mas eu queria que o senhor soubesse o quanto eu sou grato por ser o seu filho mimado, folgado e respondão. Olha só, pai: Ele cresceu! Está fazendo faculdade, disponível no mercado de trabalho, e o mais importante: Buscando o sonho de ser um escritor reconhecido. Porque o senhor sempre me ensinou a, acima de tudo, buscar os meus sonhos.
Obrigado por tudo: Conselhos, puxões de orelha, abraços e, simplesmente, por ser o meu pai.
O meu herói.
Descanse, meu velho. O senhor já fez muito pela família. Agora é hora de curtir a vida com a mamãe e os filhos mais velhos. Eu vou continuar aqui, à espreita, sempre trazendo novidades à você. E por mais que eu esteja longe, sempre estarei no seu coração.
Eu te amo. Demais da conta!
Beijo. Parabéns!
O herói da história: Genauro Filho, 61 anos |