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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

As Crônicas de um Vampiro - Capítulo 5

Capitulo 5

- Ora, ora... Se não é o famoso e temido Conde Draco, filho de Lêmion – palpitou Dig, admirado por estar frente a frente com o filho do rei dos vampiros – Não posso crer que o seu pai coloque tanta confiança em deixar um garoto andar por aí sozinho...
Draco não sabia o que fazer. Seu corpo estava totalmente paralisado pelo medo e o receio de ser atacado. Ele nunca havia lutado, não sabia como se defender. Era fraco, não tinha sangue frio... Não era forte como seu pai.
Será que eu corro com a Sasha? Será que eu devo enfrentá-lo? Mas eu não sei lutar... Porém, não posso ser covarde na frente dela... Eu preciso encará-lo de igual para igual... O lobisomem não pode saber que não tenho a força de meu pai...
- O que você quer aqui, inimigo? – questionou o jovem, tentando intimidar Dig.
- Eu simplesmente não poderia querer mais nada – concluiu o lobisomem num tom de satisfação e alegria – Estou à frente do futuro rei do seu clã... E não perderei esta chance de testar a sua verdadeira força e, quem sabe, saciar ainda mais a minha fome...
Dig começou a correr rapidamente em direção ao garoto, que não sabia como reagir, paralisado.
Um forte som de golpe ecoou pelos arredores: O lobisomem havia acertado o rosto de Sasha, que se jogara na frente de Draco para protegê-lo. Ela caiu ao chão. Seu rosto estava arranhado e sangrava pelo rápido ataque do inimigo.
- SASHA!! – gritou Draco, desesperado, aproximando-se dela e segurando-a pelos braços - Por que você fez isso?!
Com os olhos fechados e a aparência fraca, a garota apenas sussurrou:
-... Eu sei que você ainda não tem forças suficientes... Eu fiz aquilo para te proteger... Porque... Porque eu te amo, Draco...
Draco emocionou-se com tamanhas palavras envolvidas de um verdadeiro sentimento.
Sasha desmaiou.
- AH, QUE AMOR LINDO!! – gritou Dig, caçoando aquele momento importante para Draco. Importante e desesperador – Pois bem, morrerão os dois juntos para que vivam eternamente... NO INFERNO!!
De repente, Sasha levantou-se numa tremenda rapidez, mostrando seus caninos, juntando suas mãos numa estranha posição, fechando os olhos e sussurrando palavras irreconhecíveis aos ouvidos humanos.
O céu escureceu repentinamente, tomado por uma imensa nuvem negra que se aproximava cada vez mais do local...
Draco pasmou-se, ajoelhando-se ao chão, enquanto Dig observava atentamente aquele misterioso evento.
Um som ecoava, aparentando estar vindo daquela nuvem negra... Som semelhante a milhares de pássaros juntos...
Quanto mais a nuvem se aproximava, mais indecisa era a certeza de que aquilo não era uma simples nuvem...
Não era nuvem.
Dig começou a tremer de medo, dando passos para trás e salivando de pavor, a ponto de virar-se e correr rapidamente, tentando fugir do lugar:
Os milhares de morcegos o cercaram e ele sumiu naquela imensidão de nuvem negra, cujo som era insuportável.
Draco surpreendeu-se com a temível habilidade de sua amiga, que sangrava assustadoramente, caindo inconsciente, pois acabara de usar todas as suas forças. Draco a segurou nos braços, impedindo que ela tocasse o solo, enquanto os morcegos mutilavam cada pedaço daquele lobisomem, cujo seus gritos agonizantes eram ouvidos a quilômetros de distância.
- Sasha... – sussurrou Draco, pensando o quão incrível e forte era aquela garota.
- JÁ CHEGA!! Exclamou Dig, surgindo repentinamente à frente dos dois – CANSEI DE BRINCAR!!
Draco apavorou-se, cintilando os olhos, perguntando-se como aquele monstro escapara daquele mortal ataque.
Olhando para trás, Draco pasmou-se ao ver tamanha cena de horror:
Todos os milhares de morcegos estavam mortos, caídos ao chão.
- Eu também tenho as minhas habilidades, Draco... – Dig disse, sorrindo ao perceber que o garoto estava impressionado - Agora vocês morrerão eternamente!
As unhas de Dig estavam prestes a tocar o rosto de Draco. Porém...
Os olhos do garoto embranqueceram...
Uma explosão intensa tomou todo o lugar repentinamente, destruindo várias arvores e arbustos... Uma explosão, cuja chama era negra...
O corpo de Dig foi arremessado para longe sem os membros superiores, inferiores e sem a cabeça.
Sobre aquela destruição e as temíveis e misteriosas chamas negras, uma sombra surgiu...
Saindo entre as chamas sem ser consumido pelas mesmas e com Sasha nos braços, Draco olhou para o corpo do lobisomem desmembrado e, por alguns segundos, permaneceu observando paralisado.
Uma espécie de redemoinho de fogo o cercou rapidamente, desmatando ainda mais aquela floresta por uma força não humana, que se manifestara assustadoramente.
Minutos depois, o fenômeno finalmente havia acabado. As chamas desapareceram e o garoto surgiu dentre a fumaça, caído ao chão, inconsciente, ao lado de Sasha.
O único morcego sobrevivente do ataque de Dig sobrevoou o local e retirou-se em direção ao castelo dos vampiros para informar ao rei o que havia ocorrido.
O silêncio tomou o lugar.
Porém, algo estranho havia surgido no pescoço de Draco: Uma mancha negra com um símbolo... Um estranho símbolo semelhante a asas...
Asas negras... Divinas ou demoníacas?

Capítulo 6 - Clicando Aqui

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

As Crônicas de um Vampiro - Capitulo 4


Um golpe rosto e, em seguida, um chute no estômago: Draco foi arremessado para trás, batendo de costas na grade da arena, caindo amortecido no chão de areia. Há muitos dias, o garoto estava participando de um treinamento orientado por seu pai.
Até agora, nenhum resultado satisfatório.
- Parece que não tem jeito, Draco – disse seriamente Gorman, o levantando pelas mãos – Você não possui nenhuma aptidão para lutar, muito menos para se defender. Acho que deveria desistir de pensar que você será um grande guerreiro a ponto de se tornar um Lorde! (...) É a pura verdade.
- Nem precisava dizer! – Exclamou Draco, enfurecido, saindo do local em direção a saída do castelo – Eu só estava fazendo o que meu pai ordenou! (...) Espero que ele esteja satisfeito por presenciar o fracasso de seu filho! (...) Está orgulhoso, pai? Está?!
Lêmion, sentado ao trono, não sabia o que responder ao filho, envergonhado ao que presenciou. “Não pode ser. Não pode ser que esse garoto não tenha o meu sangue de guerreiro! (...) O que vou fazer?” - Pensou, angustiado - “Só há um jeito de saber se ele tem ou não o meu sangue...”
- Senhor, acho que deveria reconsiderar e parar com esses treinamentos que não levarão Draco a lugar algum – disse Gorman, aproximando-se do rei – Já percebemos que ele não poderá ser um Lorde. Acho que deveria escolher outro futuro vampiro para este cargo.
Suas presas começaram a surgir. Seus olhos esbranquiçados mostravam a raiva que sentia: Lêmion se levantou e arremessa o trono fortemente contra a parede, quebrando-o.
- Eu não criei um filho para que ele se torne um soldado miserável, ou um “professorzinho” como você! EU O CRIEI PARA QUE REINE FUTURAMENTE SOBRE ESTE MUNDO EM MINHA HOMENAGEM!! (...) SE FOR PARA DRACO TORNAR-SE APENAS MAIS UM HABITANTE DESTA SOCIEDADE É MELHOR QUE ELE NÃO SEJA MAIS O MEU FILHO!! (...) OU ELE MANIFESTA O VERDADEIRO SANGUE DE DRÁCULA, OU VIVERÁ EXILADO DESTA VILA AO LADO DOS NOSSOS INIMIGOS, LOBISOMENS, LUTANDO PARA SOBREVIVER TODOS OS DIAS DE SUA VIDA!!







Enquanto isso, Draco estava sentado sobre as rochas de um rio que passava próximo ao castelo, desapontado consigo mesmo, arremessando pedras nas águas. “(...) Por quê?, pensou ele (...) Por que eu? (...) Por que o destino não escolhera outra pessoa para ser vampiro? Por que não escolhera outra pessoa para ser filha do rei? (...) Por que o meu destino é seguir o mal? Eu não quero dominar o mundo. Não quero matar ninguém. Não quero seguir os passos de meu pai!”
- No quê está pensando? – Perguntou Sasha, surgindo atrás de Draco, surpreendendo-o, fazendo-o sorrir repentinamente – Já sei: seu pai está desapontado com você por fracassar no treinamento novamente, estou certa?
- Parece que lê mentes – respondeu num tom e expressão de humor – Às vezes, penso que não deveria ser eu. Os outros me acham especial, mas eu não me acho. Eu sou um “nada” com um destino traçado em minha vida, sem opções ou escolhas...
- Todos nós fazemos uma escolha. Todos. E o destino quem faz é você. (...) Seu pai não pode mandar em você por toda a vida e quando o momento chegar siga o seu caminho!
Admirado com aquelas palavras, o jovem disse:
- Você é a única que me entende, Sasha. É por isso que eu gosto de você.
Os lábios se aproximaram: O beijo despertou a vontade em Draco de querer ser quem ele desejava. Porém, alguns de seus desejos não poderiam se tornar realidade:
O desejo de se tornar humano.
Os fortes raios do sol interromperam o romântico momento, pois aquilo era prejudicial aos vampiros, menos para Draco.
- Me desculpe... – Sussurrou a garota, afastando-se do menino – O sol está me deixando com tontura...
- Eu conheço um lugar repleto de sombras e ar fresco – disse, levantando-se – Vamos lá?
Sasha sorriu e assentiu com a cabeça, indicando que queria acompanhá-lo.





Minutos depois, abaixo de uma grande árvore repleta de folhas que traziam a sombria e o ar fresco, Draco e Sasha se beijavam incansavelmente, enquanto alguém os observava atentamente, escondido entre os arbustos da extensa floresta de Transilvânia:
Era Dig, o irmão de Lob.
- Espere, sentiu esse cheiro? – Perguntou Sasha, interrompendo o beijo e sentindo uma estranha presença – Tem alguém aqui!
- O quê? Eu não senti nada, Sasha!
De repente, um salto e o lobisomem surgiu detrás dos arbustos com seu aspecto demoníaco de fome, sua língua para fora fizera escorrer saliva:
Dig estava faminto...


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

As Crônicas de um Vampiro - Capítulo 3

Capítulo 3 -

No dia seguinte, Draco acordou por ordens de seu pai, que lhe enviara um soldado para chamá-lo e levá-lo ao templo onde se encontravam os conselheiros e Gorman, o professor de magia negra e especialista em batalhas.
- O que é isso? – Questionou o vampiro, intrigado, descendo as escadarias e chegando ao local inteiramente confuso. – É uma reunião?
- Não filho, será o seu treinamento a partir de agora! – respondeu o rei, apontando para uma arena de areia no meio do templo – Ali, você aperfeiçoará sua força e aprenderá as várias maneiras de ataque e defesa. Com certeza, irá se tornar um verdadeiro guerreiro, igual ao seu pai!
Encarando-os seriamente, o garoto perguntou com ênfase:
- Eu realmente preciso disso?!
- Precisa, porque é meu filho! É melhor não discutir agora, Draco. Não estou de bom humor hoje!
- Draco, resolvemos treinar você para o seu próprio bem – Disse o professor, levando-o até a arena de treinamento – Aqui, você aprenderá a controlar seus instintos. E assim veremos o quão forte você é, nascido com o sangue de Lorde Drácula.
- E se eu os decepcionar? – Perguntou o jovem, preocupado e sentindo-se pressionado emocionalmente.
- Não vai – Respondeu Lêmion, colocando a mão no ombro de seu filho e sorrindo – Eu sei que não vai.



Enquanto isso, na aldeia do clã, Sasha estava no quarto de sua casa, pensando naquele beijo que dera em Draco, que era a única coisa concreta em sua mente.
“Draco... Será que vai dar certo... Eu e você?”








Na arena do templo, Gorman acertou pela quinta vez um golpe certeiro no rosto de Draco que, pela quinta vez, caiu no chão.
- Não... – Sussurrou o rei, assistindo sentado em seu trono, ao lado dos três conselheiros do castelo – Não pode ser. Esse não é todo o poder de meu filho. Não pode ser! Ele possui a raça dos mais poderosos guerreiros da nossa família! Ele não pode estar lutando a sério!

Levantando-se e envergonhado por estar apanhando na frente de seu pai, Draco implorou:
- Por favor... Vamos parar por aqui, professor! Eu já estou exausto!
- Draco, até agora, você não defendeu nenhum golpe meu! – Exclamou Gorman – E eu não usei nenhuma força bruta! Onde está seu instinto de vampiro? Eu, sinceramente, nunca vi alguém lutar tão mal assim como você! Não sei onde está sem sangue fervoroso, sendo filho do rei!
- Nem eu mesmo sei onde está minha força, professor – disse, deprimido, saindo da arena entristecido, olhando para seu pai, que sentia uma enorme insatisfação e vergonha ao ver que seu filho fracassara em um simples treino inicial.
O garoto foi para o seu quarto, tristonho, subindo as escadas lentamente, exausto e quase caindo para trás. A decepção era inevitável.
- Bem Senhor, observamos que seu filho não está se saindo muito bem como um simples treinamento amador – Disse um dos conselheiros – Ele, certamente, não me parece um destinado a ser um “deus” dos vampiros. Aliás, ele não se parece nem mesmo com um vampiro, com todo o respeito.
- Não... Eu me recuso a aceitar isso – Contrariou o rei, inconformado com o que ouvira – Ele nasceu como a profecia previa. Ele é o garoto que tomará o meu lugar e governará o mundo. (...) Não! Minha esposa não morreu em vão! A profecia não pode ter errado. Ele possui o meu sangue. Ele é meu filho! Ele é meu filho! MEU FILHO!!!



No cair da noite, os vampiros literalmente faziam a festa: Saíam para caçar presas humanas, pois na luz do dia eles não podiam ficar totalmente expostos.
Porém, Draco era o único que dormia ao anoitecer. Não era a toa que ele era criticado por todos, por não seguir os instintos do clã.

Pessoas correndo desesperadamente pela cidade... Seres extremamente demoníacos e sem piedade matando-as injustamente.
Crianças chorando, mulheres gritando e homens tentando enfrentá-los. Era inútil.
Sangue era jorrado e derramado de inocentes vítimas.
Do horizonte escuro, de céus avermelhados, um ser cujo suas asas negras abriam-se, soprando uma forte brisa que matava quem a aspirasse.
Seus dentes cresceram, suas mandíbulas incharam.
Diante de suas ordens, pessoas iam sendo assassinadas por seus servos: Vampiros sedentos de sangue.
Aquele era o próprio inferno!
- A profecia se cumpre! Eis que este mundo nos pertence! E eu vos darei a liberdade...
(...) Glorifiquem-me, vampiros e Lobos! Eu sou seu deus!
Ele abriu suas asas e voou para o horizonte...
Espere!
Eu conheço aquele ser.
Sim, ele se assemelha muito com alguém que eu sempre estou. Com quem eu sempre ando e nunca abandono.
Seria ele?
Seria mesmo a pessoa que eu tanto conheço?
(...) Seria eu?!


Draco acordou assustado, não acreditando no que presenciara sobre aquele mundo maldito, parecendo ser a terra tomada por vampiros e lobisomens. Os dois clãs estavam juntos, unidos para dominar a humanidade. E um “deus”, que dizia sobre uma profecia cumprida, e sobre ela um novo mundo seria criado:
Um mundo de trevas.
Um mundo de trevas, governado por aquele cuja profecia destinou-o a ser rei. E Draco parecia saber quem ele era.
Sim, aquele era eu.
Não sei se tudo isso foi um sonho, um pesadelo ou, quem sabe, uma visão do que o futuro está me reservando...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

As Crônicas de um Vampiro - Capítulo 2

Capítulo 2:


                - (...) Então, o que o seu pai lhe disse quando você chegou? – Questionou Sasha, sentada ao lado de Draco nas escadarias do castelo.
- O que ele sempre diz todas as vezes que eu saio por alguns dias, ora – respondeu, indignado – Que ele acha que eu ando fazendo amizade com humanos; que eu não matei ninguém; que sou muito medroso para lutar contra qualquer pessoa e que não estou fazendo jus de futuro Lorde do clã!
- Nossa – Impressionou-se a garota com os “conselhos” que um pai dera ao seu filho – Bem, pelo menos o lance de “não matar ninguém” que ele mencionou a você era verdade. Mas, não fique chateado. Esse é o seu jeito, a sua maneira de viver. E eu acho que, no final das contas, nem todos os sugadores de sangue são frios e maldosos.
Observando profundamente os olhos de Sasha, Draco sorriu e disse:
- Você não possui sangue frio, Sasha.
Envergonhada, a menina expressou uma rápida emoção de felicidade, encarando-o com seu olhar. O silêncio tomava o lugar, esperando que o melhor acontecesse ali, naquele momento inquietante de troca de olhares. A aproximação entre os lábios era cada vez mais certa e esperada. Os dentes de Sasha cresceram de tanta vontade e desejo que aquilo ocorresse. O beijo se aproximava a cada respiração tensa e fogosa.
- O que está havendo aqui, senhores? – Questionou o guarda do lugar, que descera as escadas, interrompendo aquele romântico momento – Senhor Draco, o rei sabe que você está aqui, assim como sua mãe sabe que a Senhorita está aqui, Sasha?
Certamente, aquele momento amoroso fora interrompido com o afastamento dos dois, um para a esquerda e outro para a direita, com sorrisos falsos nos dentes e uma coloração avermelhada: A vergonha.



Horas depois, ao brilho do luar, os dois se despediam ao lado de fora do castelo. Segurando levemente as mãos de Sasha, Draco queria dizer-lhe coisas que o tempo lhe fez refletir.
Não sei de onde, pensou ele. Como? Aquela sensação que estava sentindo era repentina. A tanto tempo possuo um laço de amizade com ela, mas só agora esse sentimento despertou em mim. Enquanto somos jovens, nunca imaginamos que tais coisas acontecerão no futuro. Porém, ao crescermos, percebemos que não são as escolhas que nos movem e, sim, os sentimentos.
Eu sentia algo diferente por ela. E precisava dizer-lhe antes que o tempo me tomasse àquela oportunidade.
- Como nós nos conhecemos desde pequenos, e só agora eu pudera perceber o quão você é especial? É incrível. Nunca percebi o quanto você é linda! – O garoto começou a deslizar suas mãos sobre ao que se referia – (...) Seus longos cabelos ruivos... Sua pele macia e cheirosa... Seu rosto fino e perfeito e seu olhar verde e claro como as águas de um rio...
- Só agora eu percebi o quanto você me faz bem – disse a jovem, encostando seu rosto ao de Draco, que se excitou – Eu sinto que preciso de você.
As presas dela surgiram sobre os dentes. Sua língua deslizava sobre os lábios do menino: Eles se beijaram diante da luz do luar.
Ao mesmo tempo, vários morcegos voaram rapidamente para o topo do castelo.


- Sasha, não é? – Questionou Lêmion, conversando com seu filho, minutos após do ocorrido – Parece que você gosta dela.        
- Como sabes disso, pai? – Perguntou Draco, intrigado.
- Um morcego me contou, mas não vem ao caso. O que eu acho é que ela não seja a pessoa certa para você.
- O quê?! Eu não acredito que agora o senhor vai escolher a vampira com quem eu queira ter um relacionamento! Posso saber por que a Sasha não é conveniente para você?
- Digamos que ela não possui a linhagem sanguínea compatível com a sua. Enquanto você se torna o futuro Lorde, em que corre em suas veias o poder dos antepassados mais poderosos que já existiram na historia do nosso clã, ela se torna apenas mais uma habitante fraca e dispensável.
- Chega pai! - Exclamou Draco, enfurecido com as asneiras que ouvira, encarando-o seriamente – Você só se importa em como eu serei forte. Em que tipo de rei eu serei! Mas, nunca se importou com os meus sentimentos!
Ao ouvir tais palavras, em um piscar de olhos, o rei segurou fortemente o pescoço de seu filho, erguendo-o para o alto, em um ato de raiva.
- Ouça: “vampiros não possuem sentimentos”! Eu não chorei nem diante da morte de sua mãe, garoto! Somente os mais fortes sobrevivem, e eu quero que você seja forte porque é meu filho! Sangue do meu sangue e dos mais poderosos Lordes! Um vampiro precisa ser cruel, impiedoso e frio, para que todos o temam! Nesse mundo não há misericórdia para os mais fracos, e você é forte e será mais ainda se seguir os meus conselhos e parar de se apaixonar por qualquer vadia que apareça na sua frente! – Ele derrubou o garoto no chão – Isso é para o seu próprio bem! (...)
Um silêncio entrou naquele quarto. Draco estava impressionado com a forma que seu pai o tratou, começando a refletir sobre o que ele dissera.
- Se apronte. Daqui a pouco vamos jantar. Os soldados trouxeram dez corpos vivos. Você nunca jantou conosco. Pelo menos, venha desta vez – Disse Lêmion, saindo pela porta – Aproveite logo, enquanto o sangue ainda está fresco.
Ainda caído no chão, Draco não ouvira o que o rei dissera, pois estava passando por um processo de reflexão em sua mente.

Ainda me pergunto se um dia poderei ser como as pessoas normais. Não sei se sou realmente tão forte assim, como diz o meu pai. Esse poder nunca se manifestou em mim.
Será que ele tem razão?
Eu devo ser frio, impiedoso, amargo?
Será que, somente assim meus poderes irão surgir?
Ainda estou incerto se possuo essa maldade em meu coração – Pensou o jovem, saltando para o teto, pendurando-se de pernas em uma grade, permanecendo de cabeça para baixo, encolhendo-se para dormir.
Fechando os olhos e forçando sua mente para sonhar logo, Draco pudera ouvir os gritos desesperados das vítimas sendo mortas por Lêmion e os conselheiros do lugar.




Naquela mesma madrugada fria e medonha, longe do castelo, entre as florestas da região, Lob e seus companheiros uivavam à procura de caça, o que indicava que o corpo de Torn não fora o suficiente para deixá-los sem apetite. As carcaças do vampiro estavam penduradas a uma árvore, por brincadeira do homem-lobo.
- Ei, Lob, não faça isso com o resto dele – Aconselhou Dig, seu irmão mais novo, que temia a descoberta daquele assassinato – Se os outros vampiros acharem-no suspeitarão que foram nosso clã . E o mestre não vai gostar nada disso!
- Não se preocupe, irmão – disse sorrindo e pouco se importando com as conseqüências de seus atos – Quase ninguém passa por aqui, nem mesmo aqueles idiotas. Vamos deixar esse presentinho para os nossos companheiros. Os lobos.
- Você sabe que se eles nos desmascararem pode até haver uma guerra, como houvera há anos atrás!
- Pois pode ser que haja. E que haja mesmo! – Exclamou, descendo da árvore – Eu já estou a fim de brigar com aqueles malditos!
- Lembre-se de que eles possuem o garoto da profecia: O filho de Lêmion – Tentou alertar Dig – Ele deve ser muito forte.
- Lembre-se de que também possuímos um garoto da profecia, que também é muito forte...