Capítulo 4 –
Amigos. Quem não possui um?
Acredito que as pessoas que não possuem amigos simplesmente não existem, ou são criadas ficticiamente em novelas, filmes e seriados. Todos nós temos um amigo, pelo menos alguém em quem confiar – e que não seja da família. A verdade é que, quando somos pequenos, confessamos mais segredos a um amigo do que a uma família, pois, independente do que seja ele vai nos apoiar e não precisará dar umas palmadas disciplinares, como fazem os nossos pais.
Minha primeira amizade, que fora com o Rodrigo, foi especificamente importante para o meu crescimento. Até hoje somos grandes amigos – gostamos de sermos classificados como primos, pela tamanha confiança que temos um ao outro-. Lembro-me perfeitamente de quando tinha entre três a quatro anos: Eu tinha mania de andar de cueca pela rua, independente dos comentários dos outros – e eles não poderiam julgar ou caçoar de uma simples e inocente criança. Se eu fizesse isso agora creio que seria bem diferente-. O meu pai, Genauro, tinha um Chevette e adorava dirigi-lo por aí comigo no banco de trás. Eu sempre chamava o Rodrigo para sair comigo – por certo andávamos segurando algum boneco, ou pano, ou chupando chupeta. Não me recordo muito -.
Certo dia, meu pai resolveu ir ao banco de Itaquaquecetuba para pagar algumas contas, ou retirar dinheiro, não sei ao certo. Como previsto, chamei o Rodrigo para vir comigo. O resultado: Duas crianças andando dentro do lugar público apenas de cueca – daquelas cuecas bem vagabundas, de pano, que simplesmente rasgavam por qualquer coisa -. Eu não sentia vergonha daquilo. Agora me pergunto se teria coragem de fazer isso atualmente. Espero que nunca...
Eu e Rodrigo também tínhamos umas motocas de plástico, já que ainda não podíamos andar de bicicleta. A minha era uma azul e a dele era vermelha. Eram completamente iguaiszinhas, mas eu achava a dele mais legal – não sei por que. Nós apostávamos corrida na rua, que não era meio reta. Era uma pequena ladeira. Rodrigo sempre ganhava e eu sempre chorava. Eu era um tremendo de um chorão. Mas era inteiramente difícil descer uma ladeira repleta de pedras e barro, além dos buracos e aquele pó voando na sua cara. Mesmo assim, aquela era a diversão das crianças, pois ainda não se passava na televisão os animes como Dragon ball e Yugioh. Apenas podíamos assistir ao Vila Sésamo, Punky - A levada da breca e Teletubbies, além dos desenhos enjoativos da Warner.
E todos os dias pareciam iguais para eu e Rodrigo: Sempre brincando com as velhas motocas. A diversão era enorme, até que certo dia eu acabei quebrando um dos pedais do brinquedo. Meu pai tentou concertar, mas então as rodas começaram a sair e, por fim, vi o meu pai jogando a minha valiosa motoca azul dentro do enorme caminhão de lixo. Eu o vi amassarem-na e chorei á beça. Foi um dia difícil pra mim.
Depois desse dia, não desgrudava do sofá e assistia diariamente aos Teletubbies.
Alguns meses depois, me enturmei com outras crianças que já moravam ali, mas que nunca saíam de casa. Conheci o Wesley – mais conhecido como Nego, por ser um tremendo peste – e o Roger – um garoto com um ou dois anos a mais que eu e Rodrigo, mas que sempre brincava conosco.
Depois de conhecê-los, poucamente assistia aos malditos bichos coloridos que passavam na TV Cultura.
Leia também:
Confissões de um Escritor - O Nascimento (5)
Leia também:
Confissões de um Escritor - O Nascimento (5)
LEGAL TEU BLOG... TO SEGUINDO... SIGA-NOS
ResponderExcluirLUCRE COMISSÕES, DIVULGUE
GRÁTIS SEU BLOG E PARTICIPE
DE NOSSOS ENTRETENIMENTOS:
www.psdesigner.com.br/entretenimentos
OBRIGADO!
Marcos Roberto
Obrigado por apreciar o meu Blog, Marcos, e já estou seguindo o seu.
ResponderExcluirValeu!
bem, pela ribanceira ki era sua rua acho ki voceis praticavam rali de motoca kkkk brinks
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkk, mas era exatamente isso que fazíamos. Não tinha outra brincadeira. Pelo menos naquela época as quedas não machucavam tanto quanto machucam agora no asfalto rs
ResponderExcluir