Capitulo 5
- Ora, ora... Se não é o famoso e temido Conde Draco, filho de Lêmion – palpitou Dig, admirado por estar frente a frente com o filho do rei dos vampiros – Não posso crer que o seu pai coloque tanta confiança em deixar um garoto andar por aí sozinho...
Draco não sabia o que fazer. Seu corpo estava totalmente paralisado pelo medo e o receio de ser atacado. Ele nunca havia lutado, não sabia como se defender. Era fraco, não tinha sangue frio... Não era forte como seu pai.
Será que eu corro com a Sasha? Será que eu devo enfrentá-lo? Mas eu não sei lutar... Porém, não posso ser covarde na frente dela... Eu preciso encará-lo de igual para igual... O lobisomem não pode saber que não tenho a força de meu pai...
- O que você quer aqui, inimigo? – questionou o jovem, tentando intimidar Dig.
- Eu simplesmente não poderia querer mais nada – concluiu o lobisomem num tom de satisfação e alegria – Estou à frente do futuro rei do seu clã... E não perderei esta chance de testar a sua verdadeira força e, quem sabe, saciar ainda mais a minha fome...
Dig começou a correr rapidamente em direção ao garoto, que não sabia como reagir, paralisado.
Um forte som de golpe ecoou pelos arredores: O lobisomem havia acertado o rosto de Sasha, que se jogara na frente de Draco para protegê-lo. Ela caiu ao chão. Seu rosto estava arranhado e sangrava pelo rápido ataque do inimigo.
- SASHA!! – gritou Draco, desesperado, aproximando-se dela e segurando-a pelos braços - Por que você fez isso?!
Com os olhos fechados e a aparência fraca, a garota apenas sussurrou:
-... Eu sei que você ainda não tem forças suficientes... Eu fiz aquilo para te proteger... Porque... Porque eu te amo, Draco...
Draco emocionou-se com tamanhas palavras envolvidas de um verdadeiro sentimento.
Sasha desmaiou.
- AH, QUE AMOR LINDO!! – gritou Dig, caçoando aquele momento importante para Draco. Importante e desesperador – Pois bem, morrerão os dois juntos para que vivam eternamente... NO INFERNO!!
De repente, Sasha levantou-se numa tremenda rapidez, mostrando seus caninos, juntando suas mãos numa estranha posição, fechando os olhos e sussurrando palavras irreconhecíveis aos ouvidos humanos.
O céu escureceu repentinamente, tomado por uma imensa nuvem negra que se aproximava cada vez mais do local...
Draco pasmou-se, ajoelhando-se ao chão, enquanto Dig observava atentamente aquele misterioso evento.
Um som ecoava, aparentando estar vindo daquela nuvem negra... Som semelhante a milhares de pássaros juntos...
Quanto mais a nuvem se aproximava, mais indecisa era a certeza de que aquilo não era uma simples nuvem...
Não era nuvem.
Dig começou a tremer de medo, dando passos para trás e salivando de pavor, a ponto de virar-se e correr rapidamente, tentando fugir do lugar:
Os milhares de morcegos o cercaram e ele sumiu naquela imensidão de nuvem negra, cujo som era insuportável.
Draco surpreendeu-se com a temível habilidade de sua amiga, que sangrava assustadoramente, caindo inconsciente, pois acabara de usar todas as suas forças. Draco a segurou nos braços, impedindo que ela tocasse o solo, enquanto os morcegos mutilavam cada pedaço daquele lobisomem, cujo seus gritos agonizantes eram ouvidos a quilômetros de distância.
- Sasha... – sussurrou Draco, pensando o quão incrível e forte era aquela garota.
- JÁ CHEGA!! Exclamou Dig, surgindo repentinamente à frente dos dois – CANSEI DE BRINCAR!!
Draco apavorou-se, cintilando os olhos, perguntando-se como aquele monstro escapara daquele mortal ataque.
Olhando para trás, Draco pasmou-se ao ver tamanha cena de horror:
Todos os milhares de morcegos estavam mortos, caídos ao chão.
- Eu também tenho as minhas habilidades, Draco... – Dig disse, sorrindo ao perceber que o garoto estava impressionado - Agora vocês morrerão eternamente!
As unhas de Dig estavam prestes a tocar o rosto de Draco. Porém...
Os olhos do garoto embranqueceram...
Uma explosão intensa tomou todo o lugar repentinamente, destruindo várias arvores e arbustos... Uma explosão, cuja chama era negra...
O corpo de Dig foi arremessado para longe sem os membros superiores, inferiores e sem a cabeça.
Sobre aquela destruição e as temíveis e misteriosas chamas negras, uma sombra surgiu...
Saindo entre as chamas sem ser consumido pelas mesmas e com Sasha nos braços, Draco olhou para o corpo do lobisomem desmembrado e, por alguns segundos, permaneceu observando paralisado.
Uma espécie de redemoinho de fogo o cercou rapidamente, desmatando ainda mais aquela floresta por uma força não humana, que se manifestara assustadoramente.
Minutos depois, o fenômeno finalmente havia acabado. As chamas desapareceram e o garoto surgiu dentre a fumaça, caído ao chão, inconsciente, ao lado de Sasha.
O único morcego sobrevivente do ataque de Dig sobrevoou o local e retirou-se em direção ao castelo dos vampiros para informar ao rei o que havia ocorrido.
O silêncio tomou o lugar.
Porém, algo estranho havia surgido no pescoço de Draco: Uma mancha negra com um símbolo... Um estranho símbolo semelhante a asas...
Asas negras... Divinas ou demoníacas?