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terça-feira, 7 de outubro de 2014

IRMÃ MAIS VELHA E SEU ANIVERSÁRIO

Boa tarde, queridos amigos!
Ontem, dia 06/10/2014 foi uma data muito especial para a minha família. Foi o aniversário da minha querida maninha, Tânia Luciano, que completou 29 anos - com cara de 25 -. Enfim, como sou o melhor irmão do mundo para ela (só que jamais!), fiz essa pequena homenagem de pouco mais de 4 minutos, de uma forma cômica e descontraída...

Espero que gostem!

Te amo, irmãzinha. Sua chata!


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Mudanças e as Estrelas, As



                Deitei sobre o gramado verde, que logo no início já me dava indícios de que no final eu sairia com bastante coceira e alergia. Mas, mesmo assim, valeria a pena sofrer um pouco apenas para avistar o marinho daquele céu de noite, com brilhantes estrelas que aparentavam ser de prata, e piscavam como luminárias.
                O tempo passou, pensei. E realmente havia passado: Lá estava eu, com os meus vinte e um anos, com duas faculdades trancadas, um emprego de contrato temporário, mudando-se de casa em casa, fugindo da calmaria de uma cidade interiorana para o bate cabeças que era o centro de São Paulo. Deixei mãe, pai, irmãos, Kyara – minha cadela – e todos os meus amigos de infância. Os melhores, os piores, os meios-termos, as amizades coloridas, as preto e branco, o cabelereiro da esquina, o campinho de futebol, a quadra da escola – e a escola onde estudei... Enfim, deixei a minha infância. Minha vida.
                Enquanto observava as estrelas, as mais brilhantes, vagava no tempo e espaço procurando uma resposta para muitas das minhas decepções: As histórias, os contos, os romances que antes escrevia, e as ideias que antes eu tinha, haviam se dissipado. Talvez devessem estar no espaço, perto das estrelas. Mas eu não as culpava.
                Eu também não me culpava. Fazia tempo que não assistia mais a filmes de terror. Os meus livros estavam guardados a sete chaves, como se fossem tão importantes para mim que nem mesmo eu pudesse deixá-los a solta. Mas qual valor eu estava dando para aqueles montes de papel impresso? Eu não estava lendo! Muito menos escrevendo!
                Ah, Deus! Que frustração. Esse era o meu dom. Um dom que muitos adorariam ter, mas eu era um dos poucos ao meu redor que tinha. E por falar em Deus, onde estava o Valdir saxofonista? O Valdir Violinista? Que tantos dons desperdiçados eram esses?!
                Chorei, pela primeira vez, em muito tempo. Chorei enquanto observava que aquelas estrelas me encaravam como se eu fosse um estranho, uma aberração da natureza. Um jovem exilado que não deu valor aos conhecimentos que adquiriu, às capacidades ganhas, à inteligência considerável, aos amigos mais queridos, e a família única nesse mundo.
                O que eu havia me tornado?
                O que eu me tornei hoje?
                Obras inacabadas, instrumentos embaixo da cama, amizades longínquas e família decepcionada. E o que restou de mim? O que me restou?
                Parece que perdi a fé. Eu não sei muito sobre o significado dessa palavra, mas sinto que a perdi. E não vejo um futuro brilhante. Ao contrário, vejo as poucas luzes ao meu redor se apagarem tão lentamente como as de um abajur, e uma tremenda escuridão no horizonte. Será esse o meu destino?
                O que estou sentindo neste exato momento? Digam-me, estrelas! Porque se eu disser que estou triste, estarei mentindo. Mas se disser que estou feliz, continuarei mentindo. Então, sendo assim, não sou eu o dono da minha própria razão!
                De repente, pude ver as estrelas ficando maiores: Estavam se aproximando da terra. Começaram a cair na velocidade de asteroides. Quando tocaram o solo, explodiram em milhares de pequenas partículas brilhantes, como se fossem purpurinas jogadas ao ar por crianças do ensino fundamental. E o brilho começou a tomar toda aquela área na qual estava. Os gramados se transformaram em nada. Eu já não os via mais. O ambiente ao meu redor havia desaparecido. Agora eu estava em pé, flutuando, e a escuridão absoluta me rodeava. Olhei da direita à esquerda, de cima abaixo, e não conseguia ver um horizonte, um fim para aquela imensidão infinita. Tudo o que eu podia avistar eram pequenas partículas brilhantes passando por mim. O silêncio era ensurdecedor.
                Eu estava no meio do espaço. Sem capacete, roupas de astronauta ou qualquer vestimenta adequada para a ocasião. Continuava a respirar como se o oxigênio das plantas e algas ainda estivesse por perto. Me sentia só. E, de certa forma, estava. Mas não por muito tempo.
                Percebi que constelações começaram a se aproximar de mim de forma lenta – suas figuras eram semelhantes àquelas que conhecemos em revistas e livros, ou desenhos animados -. Uma a uma, cada estrela se transformou em um ser humano: Mulheres, homens, crianças... Eles pareciam estar dormindo, com os olhos fechados. Na verdade, era como se estivessem sonhando profundamente, e não queriam acordar.
                Pude reconhecer o Guilherme, amigo desde a quarta série do ensino fundamental. Ao seu redor, a sua irmã Isabela, sua mãe, seu pai, seus avós... Em uma outra constelação, consegui avistar Rodrigo, meu vizinho e amigo desde a infância, sua irmã e seus pais...
                Nos outros grupos ao meu redor, pude ver a imagem do Ronaldo, Fabinho, da Bia e sua família. Da Aline, Cláudia, Elaine, Thalita... Da Andréia, da Regina, do Fernando, do Noé e sua esposa...
                Comecei a perceber que eram todos os meus amigos, conhecidos, colegas da escola, professores e diretores. Eram todas as pessoas que pela minha vida passaram e, em algum momento, conseguiram marcar suas principais participações, e no que elas me influenciaram a ser quem sou hoje.
                Comecei a sorrir. Aquilo parecia ser um sonho, e com certeza era. Era muito surreal para ser verdade. Mas conseguia passar algo que me fazia refletir, mesmo sem saber sobre o quê.
                - A sua estrela não apagou – a voz atrás de mim disse de modo suave – Você mudou e não é mais o menino que já foi antes. Mas continua sendo o meu filho, e eu sei que você tem um brilho radiante e esplendoroso dentro do seu coração.
                - Maninho – a outra voz disse do meu lado direito – Você tem muitos dons que pessoas da sua idade não possuem. Eles não se foram. Estão ai dentro de você. Basta fazer essa luz brilhar.
                - E ai, tampinha – a voz masculina soou do lado esquerdo – Eu te ensinei muitas coisas sobre a música, mas o dom já estava em você.  E ainda está.
                - Filho – O homem à minha frente disse – Eu já te privei de muitas coisas na vida. Mas todas elas foram para o seu bem. Os seus dons, ninguém irá lhe arrancar. Eu estou aqui. Eu te entendo e, acredite, eu tenho muito orgulho de você.
                Assim como os quatro elementos da natureza, que precisam se unir para manter o controle sobre a terra, as quatro pessoas mais importantes no mundo para mim estavam ali, unidas. Algumas não aceitavam minhas escolhas, outras talvez não acreditassem nas minhas expectativas... Mas todos eles me amavam, e tinham certeza que eu tinha uma luz tão forte quanto a minha determinação, e que eu precisava o quanto antes expulsá-la para fora e fazê-la explodir em inúmeros raios que trariam de volta os meus dons, as minhas virtudes, as minhas vontades, e a minha felicidade.
                - Eu te amo.
                - Eu te amo.
                - Eu te amo.
                - Eu te amo.
                - Você não tem uma estrela, Valdir – uma outra voz soou, mas não pude enxergar sua face – Você é uma estrela, e vai brilhar no momento certo, assim como todos os seus amigos e familiares também hão de brilhar...
                Um vasto clarão tomou aquele imenso infinito. Parecia que cada um estava indo para um lugar diferente: Os seus próprios caminhos.
                As pessoas dizem que cada um tem uma estrela que brilha no céu por nós. Mas, na verdade, nós somos a estrela. Precisamos aprender a fazê-la brilhar, e mesmo que saibamos, ela só irá brilhar no momento certo.
                Os nossos dons não se foram. Eles ainda estão lá dentro, esperando o melhor momento para ser revelados. As nossas escolhas, por mais difíceis e árduas que - muita das vezes – sejam, nos levarão para os nossos devidos propósitos. Algumas pessoas não vão te aceitar, ou criticarão suas determinações. Mas, saiba que somente as suas escolhas, suas determinações e sua aceitação consigo mesmo te levarão a brilhar como uma estrela. E, por fim, você vai sorrir de verdade. E entenderá que temos apenas uma vida para vivermos, e uma vida para sermos felizes.
                O escritor que eu fui ontem, ainda está aqui. O músico que eu fui ontem, ainda está aqui. Posso sentir, eles estão ansiosos para mostrar o quanto amadureceram. Mas eu esperarei o tempo certo para invoca-los. E o tempo certo não é o tempo dos outros...
                É o meu tempo.
                Na verdade, eu não estava deitado sobre o perfeito gramado, nem observando as estrelas brilharem como incríveis luminárias... Eu estava aqui, sentado o tempo todo sobre a cadeira, pensando que já fazia tempo que não escrevia algo, e precisava escrever.
                Então eu comecei, e neste momento, percebo que o tempo que tanto aguardava chegou: O tempo de brilhar novamente.
                E o seu tempo? Chegou?


Fim.


Valdir Luciano, 29/09/2014

terça-feira, 18 de março de 2014

(Conto) Morte Demoníaca

Morte Demoníaca

                Josh abriu os olhos de repente: Um forte ruído havia ecoado sobre aquele pequeno e abafado quarto de madeira, dentro da velha cabana perdida no meio da floresta de Black Hills.
                Seus olhos enxergavam o teto mofado, prestes a despencar, enquanto sua mão esquerda vasculhava aquilo que deveria estar ao seu lado, cobrindo a outra metade da cama.
                - Rose – ele sussurrou, enquanto tentava tocar em seu corpo. Não queria acordá-la, mas precisava ter a certeza de que ela estaria ali. Então, lentamente, ele girou sua cabeça noventa graus para a esquerda:
                Rose havia sumido.
                Incrédulo do que estava presenciando, Josh inclinou seu corpo para cima e observou a luminosidade afora através da janela fechada por grades de ferro: Ainda era noite, o que o deixou completamente intrigado.
                - Rose! – agora ele exclamou com firmeza. Rapidamente, pensou nas possibilidades dela ter se levantado para fazer suas necessidades, beber um copo d’água, ou escovar os dentes. Mas ele estava claramente certo de que sua namorada não teria coragem de sair da cama e caminhar sozinha em direção ao banheiro. Ele a conhecia bem. Muito bem.
                De repente, uma leve e estranha brisa soprou ao redor do quarto. Ao mesmo tempo, o som de papel fino ecoou aos ouvidos de Josh. Ao inclinar sua cabeça para o chão, deparou-se com um velho livro aberto, cujas folhas dançavam da direita para a esquerda através do vento.
                - Mas que porra é essa? – ele questionou em voz alta. Lembrou-se rapidamente daquele livro. Porém, não se recordava de tê-lo trazido até o quarto. Antes de dormir, o deixara em cima da mesa, na cozinha.
                Seus olhos encararam aquele livro. As folhas trocavam de página, uma a uma, movida por uma força além de sua compreensão. Movida por algo, alguém...
                O coração de Josh começou a palpitar fortemente. O frio em seu estômago revelava a insegurança, a desconfiança e o sentimento de medo que estava sentindo ao olhar para aquele objeto jogado no chão. Ele não o havia lido, mas lembrou-se da capa que estampava através de uma tinta vermelha, fresca... :
“ Invoque”
                Outro ruído ecoou aos seus ouvidos, desta vez vindo de fora do quarto.
                 Rose, ele pensou e então caminhou rapidamente em direção a saída do local: Deparou-se com a escura e pacata cozinha, onde havia apenas uma mesa de madeira com duas cadeiras. A única claridade era a do luar, o que não era o suficiente para iluminar a cabana. As velas expostas sobre a mesa estavam quase gastas. O medo começou a tomar conta de Josh.
                O homem girou sua cabeça para a esquerda, deparando-se com um estreito e assustador corredor. No final do mesmo, uma fraca luz refletia uma sombra que dançava lentamente sobre as paredes do lugar.
                Os passos de Josh eram lentos. O ranger da madeira sendo pisoteada podia ser ouvido, e cada vez mais a angustia daquele homem era evidente. Onde estaria sua namorada? Que sons eram aqueles? Por que o livro estava jogado em seu quarto?
                Eram mais e mais questões sem qualquer resposta concreta. E quanto mais ele se aproximava do destino, mais perguntas surgiam.
                O vento soprava incessante sobre a cabana. Os pés eram colocados um à frente do outro em passos curtos, cautelosos. Logo, Josh estava no corredor e conseguia avistar uma única porta semiaberta, de onde vinha a fraca luz.
                Ao aproximar-se do destino, Josh elevou sua mão direita em direção a fechadura: Ele a empurrou e, de repente, deparou-se com a silhueta de um corpo parado em pé, virado de frente para seus olhos. As vestes brancas cobriam aquela pessoa. Os cabelos morenos e longos do ser estavam umedecidos pelo suor. A vela em suas mãos estava prestes a se apagar.
                Josh suspirou. Seu coração quase saiu pela garganta. Aquela era Rose, sua namorada, Finalmente, havia aparecido, mesmo que naquele estado.
                - Rose, o que aconteceu? Por que acordou no meio da noite?
                A chama da vela, de repente, dançou som o soprar de uma frisa brisa. Rose estava calada, quieta, não tinha expressão no rosto.
                - Rose! – Josh exclamou, agora assustado pelo comportamento da garota.
                Por fim, ela respondeu em voz baixa, sussurrante:
                - Eu... Precisava... Eu Prec... Perdi o sono...
                - Você perdeu o sono? Mas como? Você estava morta de sono agora a pouco.
                - Tive pesadelos...
                Josh rapidamente lembrou-se do livro que haviam encontrado naquela cabana. Logo se deu conta de que o motivo para ela estar acordada fora aquele maldito artefato, cujas escritas a fizeram acordar.
                - Eu disse para você não ler aquele livro – ele resmungou – Eu não sei qual era o gênero daquela merda, mas com certeza não era coisa boa... Não sei por que meu pai resolveu deixar esse livro aqui, mas eu vou dar um fim nele. Agora, vamos para a cama. Devemos dormir. Amanhã voltaremos para a cidade.
                Josh elevou suas mãos em direção a Rose. Porém, ao tocá-la, avistou os olhos amarelados, tomados por um fúria, cujas veias circulavam nas pupilas.
                De repente, a vela se apagou.
                - Deus! – Josh gritou, pasmo. A escuridão caiu sobre aquele corredor – Rose, o que houve?!
                Silêncio.
                A respiração de Josh podia ser ouvida. Ele não queria falar, pois estava esperando pela reação de sua namorada. Porém, ela permanecia dentro daquele banheiro, quieta, silenciosa, estranha...
                Ruídos.
                Josh começou a ouvir novos ruídos, vindo daquele banheiro, da direção de Rose. Eram sons semelhantes a cortes, como se algo estivesse sendo raspado...
                Desesperado, o homem pegou o celular, acendeu a lanterna e mirou em direção à garota. No mesmo instante, deu passos para trás.
                O sangue escorria das pernas de Rose, tocando o chão.
                Os cortes continuavam.
                Os olhos de Josh cintilaram e ele se apoiou na parede do corredor, incrédulo do que estava presenciando:
                As afiadas navalhas eram cravadas sobre a vagina da garota, sendo repuxadas da direita para esquerda, de cima para baixo. O líquido ferroso escorria em profusão. O sorriso demoníaco estampado em Rose incomodava a quem olhasse: Um sorriso forçado, furioso e ao mesmo tempo alegre...
                - Jesus... – Josh sussurrou, levantando-se e correndo em direção a saída da cabana. Porém, ao tentar puxar a fechadura da porta da cozinha, percebeu que a mesma estava trancafiada. Ele tentou procurar as chaves em seu bolso, mas não as encontrou.
                Olhou para trás e avistou a silhueta demoníaca daquela que já não era mais a sua namorada caminhando lentamente em sua direção.
                - Volte, amor. VAMOS TRANSAR! – a aberração disse, agora com uma voz grave e distorcida – ME DEIXA SENTAR EM CIMA DO SEU PAU, SEU VIADINHO!
                Por onde a mulher passava, o caminho de sangue era criado.
                Desesperado, Josh começou a chutar a porta brutalmente, tentando arrombá-la para fugir daquele inferno o mais depressa possível. A garota estava cada vez mais próxima e ele já estava ficando sem opções.
                De repente, olhou para a janela ao lado da porta. Sem pensar, socou a vidraça da mesma, fazendo os cacos de vidro rasgar suas mãos. Josh estava fazendo de tudo para fugir, achar uma saída.
                Ele colocou as duas mãos para o lado de fora, através da janela, empurrando seu corpo para frente. Porém, a mão da garota já o havia alcançado, puxando-o para trás com uma força incontrolável, não humana: O homem caiu por sobre o chão, enquanto Rose – já em aparência petrificada – sentou em seu colo forçadamente, esfregando-se de forma sensual. O sangue manchava as vestes do homem, que tentava se desprender. Porém, era impossível.
                - ME DEIXA SAIR, FILHA DA PUTA! ME SOLTA! – ele gritou, retorcendo-se bruscamente.
                - AGORA VOCÊ VAI LAMBER, AMOR!
                De repente, o corpo possuído levantou-se com movimentos semelhantes a de marionetes, caminhou centímetros a frente. Josh conseguia enxergar a vagina da garota sangrando em seu rosto. E então, o corpo sentou brutalmente em cima da face do homem. O órgão sexual era esfregado impiedosamente entre a boca e o nariz de Josh, fazendo-o engolir sangue.
                - LAMBE, FILHO DA PUTA! LAMBE!  - o demônio gritava, aparentando estar sentindo prazer.
                Josh se retorcia, agonizando, quase se sufocando. De repente, uma de suas mãos sentiu tocar em um artefato jogado sobre o chão: Uma navalha – a mesma ao qual Rose cortara a vagina -. Rapidamente, ele a cravou sobre o estômago da criatura, fazendo-a cair.
                Desesperado, ele se levantou e, através de uma força que jamais imaginaria ter, arrombou a porta da casa, saindo, deparando-se com uma extensa floresta tomada por um nevoeiro típico de madrugada.
                Ruídos começaram a soar de dentro da cabana. Um estranho e irreconhecível linguajar também podia ser ouvido.
                Josh começou a correr floresta afora, ansioso para encontrar uma saída. Enquanto corria, lembrou-se de que deixara seu carro ao lado da cabana. Porém, era tarde demais. Ele não voltaria àquele inferno. Ainda não conseguia entender como tudo aquilo havia acontecido. O que mais estava concreto em sua mente era a salvação: Sair vivo daquele lugar. O resto ele poderia deduzir depois.
                A floresta parecia não ter fim. Os galhos das árvores batiam em seu rosto, e ele se sentia cada vez mais perdido. O nevoeiro parecia mais denso e o desespero era evidente em seus olhos lacrimejantes.
                Aos poucos, Josh podia ver luzes enfileiradas, separadas por metros de distância. Postes que sustentavam os fios de telefone e energia elétrica.  A pista que cortava a mata...
                O alívio começou a florescer em seu peito. O arfar era de satisfação.
                Ele finalmente estava a salvo.
                Ao mesmo tempo, uma forte luz vinha em direção à pista, mirando em Josh: Era um carro.
                - Graças a Deus – ele disse, arfando de felicidade.
                Rapidamente, foi para o meio da pista e fez o comum gesto de pedir carona.
                O carro correspondeu, parando e diminuindo a luz do farol.
                Josh aproximou-se do carro, sem pensar em pedir qualquer favor: Abriu a porta do mesmo e adentrou, em total desespero.
                - Por favor, me tira daqui – ele disse, quase sem fôlego.
                Não houve resposta.
                De repente, Josh olhou para cima e avistou um chaveiro pendurado, dançando sob o automóvel...
                Um chaveiro com um nome escrito:
“Josh”.
                Aquele era o seu carro.
                Ao mesmo tempo, as luzes dos postes começaram a se apagar, uma por uma, até que a escuridão tomou aquela pista.
                De repente, a voz ao seu lado disse aos sussurros:
                - Você ainda não leu aquele livro, meu amor...
                Josh, pasmo, virou lentamente sua cabeça.
                Rose o atacou com os dentes.
                De longe, podia-se avistar o sangue espirrando sobre as vidraças do automóvel, junto dos berros ensurdecedores de Josh.
                O demônio estava a solto.
                Mas até quando?


Fim.
Valdir Luciano, 2014



Introdução ao Conto "Morte Demoníaca"

Saudações, queridos leitores, escritores e internautas!

Como prometido, darei início às postagens contínuas deste blog. Pretendo atualizá-lo sempre que puder, ou sempre que houver qualquer novidade.

E a novidade da vez é um novo conto que há pouco tempo que escrevi - e, claro, é de terror. Os meus amigos e seguidores já me conhecem o suficiente para ter ciência de que é de gore que eu gosto, e nada melhor do que compartilhar os meus medos e inspirações literárias.

A história da vez é bastante curta. Posso nomeá-la uma Homenagem a um filme bastante popular, sucesso de bilheteria e que custou muito, mas muito pouco. Dirigido por Sam Raimi, autor dos três primeiros filmes do Homem Aranha, este longa poderia ter se tornado um fracasso no cinema, devido ser classificado como Trash na época em que foi criado. Mas, contrariando as críticas de plantão, tornou-se um sucesso cultuado.

The Evil Dead - mais conhecido no Brasil como A Morte do Demônio (tradução tosca!), foi criado em 1981, e narra a simples história de cinco jovens aventureiros que vão passar um fim de semana em uma cabana isolada no meio de uma densa floresta. O macabro se manifesta quando um deles toca um antigo gravador encontrado dentro da casa, despertando todos os demônios ocultos no lugar. Logo, todos eles são possuídos um a um. Antigamente, o terror realmente assustava. Hoje, se formos re-assistir, daremos boas gargalhadas com o extremo gore e tom de comédia que o filme passa. Ressaltando que há pouco tempo foi lançado um remake, basicamente tratando da mesma história do original.

Mas, voltando ao conto mencionado no início da postagem, a história é extremamente baseada no filme. Para quem assistiu, vai se lembrar de muitas cenas e o momento será nostálgico. Para os que não assistiram, creio que irão se impressionar com a extrema violência que acrescentei na história. Realmente, eu queria causar impacto neste conto.

Não vou detalhar absolutamente nada sobre o mesmo. Até porque ele é bastante curto, e ai eu poderia soltar algun spoiler. Portanto, tratem de lê-lo do início ao fim.

É isso. Postarei em seguida. Espero que gostem, ou apreciem,  ou se assustem...

Qualquer sensação que sentirem ao ler o conto será gratificante para mim.

Obrigado.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Valdir Luciano (O Retorno)

Saudações, leitores!

Basicamente, faz anos que não passo por aqui... Peço desculpas a todos vocês. Devido a inúmeros contratempos, envolvendo faculdade e trabalho, raramente conseguia me concentrar para postar algo por aqui. E convenhamos que quando criei este blog ainda era um jovenzinho que não fazia nada da vida :P além de permanecer o dia inteiro escrevendo posts para publicar aqui. Mas a gente cresce, as pessoas mudam, o carneirinho que amanhã será boi..., como diz o saudoso Seu Madruga.

Enfim, estou de volta! (palmas e assovios)
Existem muitas histórias aqui para finalizarmos, não? Prometo que farei todo o possível para retomar o rumo que havia pausado. Mas, como passamos tanto tempo assim distantes, nada melhor do que publicar uma breve biografia sobre a minha vida, desde o meu nascimento. E em seguida, no decorrer dos dias, continuarem a postar contos, crônicas, romances e confissões.

Gostaria de ressaltar que fiz algumas mudanças no visual do blog. Nada demais, nada extravagante e nem tecnológico - até porque eu sou um pereba em questão de HTML. Caso alguma alma viva queira posteriormente me ajudar a inovar o tema do site, por favor manifeste-se!

Muito obrigado por esse reencontro. É nostálgico, e muito importante para mim.

Lets GO! (novamente rs)


Nascimento
Valdir Luciano nasceu em 07 de Maio de 1993, no bairro do Jardim Paineira, cidade de Itaquaquecetuba, grande São Paulo. De família humilde, Valdir ingressou seus estudos em escola estadual. Finalizou-os no ano de 2010, mas fora em 2009 que adquiriu o interesse pela escrita, compartilhando com os amantes da leitura.
                Eu gostava muito de escrever, desde pequeno. Quando não estava na escola e não podia sair para brincar, sentava-me no sofá, pegava um caderno velho e começava a descrever as minhas aventuras, os meus medos, as minhas confissões, os meus desejos... Era uma espécie de diário. Quanto mais eu escrevia, mais idéias surgiam em minha mente: Personagens, cenários, aventuras... E foi assim que, então, decidi que começaria a deixar de contar histórias, mas, sim, “criar”.
                Minha primeira história escrita e finalizada foi intitulada “7º A”, que narrava as desventuras dentro da escola na qual eu estudava. É claro que o enredo era baseado em minha vida, mas os dramas eram totalmente imaginários. As diferentes histórias eram dividias por longos capítulos, como se fossem episódios de um seriado ou telenovela. Era muito divertido! Foi a partir da 7° série que comecei a perceber que minha vida podia se tornar uma história a ser contada. Porém, naquela época, eu só contava para o meu subconsciente – comentou o jovem, sorridente ao se lembrar de sua infância.

Primeira Publicação
                 No ano de 2011, aos dezoito anos, Valdir conseguiu publicar dois de seus contos: “O açougueiro” e “O Zelador” em uma coletânea de histórias de suspense e terror, organizado pela Andross Editora.
                Essa foi a confirmação de que meu trabalho estava sendo reconhecido. Foi, certamente, o dia mais feliz da minha vida. Quando eu abri aquele livro e comecei a ler um conto que eu mesmo havia escrito, não consegui conter as lágrimas. Meus amigos e familiares estavam lá para me parabenizar pela vitória conquistada. Mas devo tudo isso primeiramente a Deus, segundo ao meu caro professor de português Noé Amós Guieiro – também escritor -, que sempre me incentivou nos tempos de escola, e descobriu o escritor dentro de mim.
                Em 2012, houve sua segunda participação em livros de terror, com o bem elogiado conto “Ceia de Natal”. Através das redes sociais, Valdir sempre divulgou suas histórias aos leitores, assim adquirindo uma boa reputação de admiradores do seu trabalho, até se tornarem seus fãs.

Hoje
Atualmente, Valdir Luciano mantém o blog “confissoesdeumescritor.blogspot.com”,  lugar onde posta os mais variados contos e as mais inusitadas histórias, dos gêneros terror/suspense e drama. Nos tempos vagos, dá continuidade ao seu maior trabalho, baseado em sua carreira: “Confissões de um Escritor”, biografia que narra os caminhos por ele traçado até se tornar um escritor reconhecido. A obra ainda não possui data de lançamento.

Hobbies
Além de escritor, Valdir também é músico.
Quando você escreve por prazer, assopra um saxofone e arranha as cordas de um violino você percebe que a vida não é tão ruim assim. Que tudo fica mais fácil quando você faz aquilo que gosta. E o melhor de tudo é ser reconhecido pelas pessoas ao redor. Essas são situações que nos fazem sentir vivos e valorizados.
Futuro
Eu ainda tenho vinte anos. Pareço novo, mas já vivenciei muita coisa. Estou cursando Marketing e atuando na mesma área, profissionalmente. Estão sendo dias cansativos. É difícil estudar e trabalhar, pois precisamos separar o tempo das atividades. Dessa forma, não sobra muito tempo para escrever. Mas isso não quer dizer que eu vá parar de criar histórias. Creio que faz parte do processo de crescimento do ser humano: A gente nasce, engatinha, cresce, vai para a escola, se forma, consegue um emprego e vai para a faculdade. Entre essas etapas, descobrimos aquilo que queremos ser. Aí damos uma pausa no objetivo para nos dedicarmos ao trabalho e estudo. Mas lá na frente, o objetivo ainda está intacto... E então podemos traçar os caminhos para, por fim, poder concretizá-lo.
Ainda tenho muitas histórias a contar. O fim da carreira de um escritor é a sua própria morte. E mesmo após, sua vida terá se tornado uma trajetória a ser contada, e repassada por anos e anos.


Contato com o autor:
99620-7050 (vivo)