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sábado, 7 de janeiro de 2012

As Crônicas de um Vampiro - Capítulo 8

Capítulo 8 –

                
Deitado em sua cama, Draco ainda refletia sobre aquele dia em que lutou contra Dig. Sua memória não lhe trazia todas as lembranças do que ocorrera naquela floresta. Somente recordava-se do momento em que ia ser atacado pelo monstro e depois de acordar no castelo de seu pai. O jovem também não sabia quando e de onde sugira aquela estranha marca em seu pescoço.
Será que fui eu quem matou aquele lobo?, questionou-se, olhando para o teto onde se podia ver os morcegos dormindo em agrupamento, pois ainda eram três horas da tarde e os vampiros somente acordavam ao anoitecer.
Será que eu tenho tanto poder, assim como o meu pai disse? (...) Sasha realmente me observou assassinando o lobisomem... E essa marca... De onde ela surgiu e qual o seu significado? (...) Estou crescendo e as questões sobre mim estão começando a vir à tona... Não sei se estou me transformando em vampiro, humano... Se servirei o bem, o mal...
Meu futuro é completamente incerto.


Nas montanhas congeladas da Transilvânia, entre os confins das cavernas, o clã dos lobisomens descansava sobre as pedras, enquanto o rei Khaos não demonstrava emoções, ou sentimentos. Aparentava ser um fantasma, um boneco sem expressões.
Sentado ao trono Real, ele apenas meditava em sua vida, o que ainda era um mistério...
De repente, uma leve brisa soprou nos confins daquele lugar até chegarem ao rosto de Khaos, tocando em seus piercings e brincos – que não eram comuns e escondiam um grande poder ainda desconhecido -.
Segundos após o estranho evento, seus olhos cintilaram e então ele deduziu em voz alta:
- Então é isso...
Sua voz fez despertar os outros lobisomens.
- O que aconteceu, Senhor? – perguntou Canínus, seu irmão – Por acaso, teve alguma visão? Sentiu a presença de alguém estranho pro aqui?
Abrindo seus olhos avermelhados e penetrantes, cujo sua presença era tão terrível que causara um pequeno terremoto, amedrontando os servos que temiam a morte caso ‘aquilo’ despertasse de dentro do garoto, que respondeu:
- Aquele que assassinou Dig... Foi um vampiro... Um vampiro muito forte...
Os olhos de todos os lobisomens arregalaram-se numa expressão de pavor. Lob amedrontou-se, fazendo seus lábios tremerem por tamanho receio: Seu mestre estava perto de descobrir sua façanha... A façanha do assassinato de um vampiro... Porém, ao mesmo tempo, a mente vingativa do monstro também se manifestava... A vontade de matar aquele que matou seu irmão... A curiosidade o tomou...
- E quem é esse vampiro, mestre? – perguntou Lob, agora sério.
Fechando os olhos e sorrindo sarcasticamente, Khaos disse:
- Conde Draco.

Continua..


As horas se passaram, levando o dia e trazendo a noite sobre as redondezas da região do castelo de Lêmion, que, subindo as escadarias para o quarto de seu filho, pensou:
Hoje veremos a manifestação de seu poder, filho... Hoje testarei seus extintos de vampiro... Hoje, eu quero presenciar uma vítima sendo morta... Por você!
- Draco, acorde! – Ordenou o rei, abrindo a porta do leito.
Para a surpresa de Lêmion, Draco não estava no local.
O ouvir de passos lentos e a sombra surgindo na parede despertou a desconfiança de Lêmion que, virando-se para trás, deparou-se com seu filho. Ao mesmo tempo, alivisou-se.
- Então, você está aí – resmungou o rei, em um tom irônico e com um sorriso exposto – Vista sua capa escura: Hoje será uma grande noite para o rei e seu filho!
- Bem, e por quê? – perguntou Draco, vestindo seu casaco negro de gola longa – Por acaso, os conselheiros virão? Algum tio, alguém da família?
- Não, Draco... – respondeu ao risos e caminhando em direção a janela, cujas vidraças transpareciam o céu limpo e o brilho da lua cheia – Hoje será o grande momento em que verei sua força e seu instinto de vampiro: Hoje eu presenciarei o meu filho caçando e matando um ser humano!
Os olhos do garoto cintilaram-se, a expressão paralisou-se num gélido estado de choque. Draco ficou quieto, sem reação. Suas pernas tremeram.
Desta vez, Lêmion encurralou o próprio filho.
E agora, o que eu faço?! Não posso, eu não quero matar ninguém! Eu não posso... Não nasci para isso! (...) Ele não pode saber que eu não tenho esses instintos... E agora?

- Desça em dez minutos – disse o pai, saindo pela porta do quarto – Eu o estarei esperando...
A porta se fechou.
- DROGA! – exclamou o jovem, elevando as mãos à cabeça – O que farei? Eu não sinto sede por sangue, não sei lutar e nem possuo instinto para caçar! Meu pai vai acabar comigo se perceber que eu não possuo o mesmo sangue frio que ele... Por que eu tive que nasce assim?! Por quê?!!
O menino caminhou para a janela, abriu-a e olhou para o céu: Pela primeira vez, fechou os olhos e pediu ao Deus que seu clã não temia, dizendo:
- Me ajude, Deus... Por favor...

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